DA CONTINUIDADE DAS FORMAS E DO MODO COMO POUSAM — ARQUIVO
PAULO DAVID
Da continuidade das formas e do modo como pousam
[uma exposição em vários tempos]
Comissariada por Nuno Faria
24.11.2018 — 02.03.2019
A exposição que a Porta 33 dedica a Paulo David, arquitecto que nasceu, vive e trabalha na Ilha da Madeira, desdobra-se em vários tempos, num caminho que conduz do cheio ao vazio, da matéria ao ar, surgindo em articulação e diálogo estreito com o Seminário Mais importante do que desenhar é afiar o lápis. A primeira montagem, que inaugura no dia 24 de novembro, apresenta-se em forma de arquivo e reúne um extenso conjunto de maquetas de projectos realizados ou por realizar, no território madeirense ou para além dele, e propõe ao visitante uma reflexão sobre a natureza do lugar (enquanto entidade histórica, antropológica, geológica e geográfica) e a maneira como sobre ele intervir. A segunda montagem centra-se na apresentação do trabalho de refundação urbana desenvolvido no âmbito do Gabinete da Cidade, activado, por iniciativa do Município, após o grande incêndio que destruiu parte do Funchal. Pensar, em tempo de muitas crises, a arquitectura como prática ecológica, que subtrai mais do que acrescenta, que tem a capacidade de veicular um pensamento em negativo, de trazer o vazio para o centro da reflexão sobre o espaço urbano, criando um desígnio para a configuração da cidade.
Inauguração da segunda montagem: 2 de Março de 2019
________________Paulo David nasceu no Funchal. Diplomado pela Faculdade de Arquitectura, UTL, Lisboa.
Pelo percurso do seu atelier, recebe referências que destaca como o texto de José Tolentino Mendonça
“Saber ouvir os lugares” e o de Valter Hugo Mãe “Falar com os vulcões.
Recebeu a sua maior distinção com a Medalha Alvar Aalto atribuída em Helsínquia; a sua obra foi considerada
pelo júri como: “enraizada localmente, mas ao mesmo tempo universal. É um lembrete que a
arquitectura pode ser calma, serena, lírica, poderosa e distante do espectáculo.”; e o Prémio
AICA | da Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura “pela vitalidade da sua
obra pública no contexto insular, nacional e internacional ”;
É convidado para as exposições: “Global Ends – Towards the Beginning” na Gallery Ma em Tóquio,
para assinalar o 25º aniversário da galeria; “Inverted Ruins” que integrou a 15ª Bienal de
Arquitectura de Veneza; “Contemplating the Void no Museu Guggenheim em Nova Iorque, 2010, comemorativa
do 50º aniversário do Museu de Frank Lloyd Wright; “Paisagem como Arquitectura” na Garagem Sul do
CCB, Lisboa, em 2015.
Em 2017 integrou o Option Studio, Cornell University College of Architecture, N Y, como professor gensler.
Desde 2016 é professor convidado na Scuola di Architettura, Polo di Mantova, Politecnico di Milano, Italia.
Como complemento da sua actividade, é interventor, criando um Laboratório de Arquitectura_Atelier Funchal,
centrado em temas emergentes da sua cidade. Fundou e coordenou um atelier urbano denominado
“Gabinete da Cidade” como consequência dos grandes incêndios ocorridos no Funchal no verão de
2016.
João Favila Menezes, nasceu em Coimbra em 1966.
Arquitecto pela FAUTL em 1992 é, desde 1998, sócio e Arquitecto Coordenador do Atelier Bugio, em Lisboa.
Desenvolveu vários projectos no âmbito da habitação e turismo, nomeadamente a ampliação do Hotel do Porto
Santo e a (#1) Estalagem da Quinta da Casa Branca no Funchal.
Recebeu o prémio anual de recuperação da Associação Portuguesa de Municípios e Centros Históricos pela
recuperação e reconversão em restaurante do Forte da N.ª Sr.ª da Conceição no Funchal, em 1997, e o prémio
municipal de Arquitectura da cidade do Funchal, em 1998, com o projecto da (#1) Estalagem da Quinta da Casa
Branca.
Em 2004 foi convidado para a exposição "Arquitectura e Design de Portugal 1990|2004" no edifício da Triennale
no Palazzo Dell'Arte em Milão, onde participou, promovida por S. Ex.ª Presidente da República, Dr. Jorge
Sampaio.
João Favila Menezes foi professor convidado da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Évora, entre 2006
a 2012.
Em 2009 foi convidado convidado para a exposição "Over Lappings: Six Portuguese Architecture Studios" pela
Royal Institute of British Architects (RIBA), Londres, e em 2010 para a exposição "Sola Paments" 6 estudis
d'arquitectura portuguesos pelo col-legi D'arquitectes de Catalunya COAC Barcelona.
Em 2011 lança a monografia "Atelier Bugio João Favila Menezes".
Foi convidado em 2012 para representar Portugal na 13th International Architecture Exhibition, Bienal de
Veneza, no âmbito, "LISBON GROUND", mesa 03, acessibilidades à colina do castelo.
Em 2015, retomou a sua actividade académica, leccionando na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica
de Lisboa até ao momento.
Em 2016, desenvolve diversos projectos na área da reabilitação, tais como a recuperação de uma habitação na
zona histórica do Castelo e a reconversão em unidade hoteleira do Palácio da Rosa, ambos em Lisboa.
João Favila Menezes encontra-se a desenvolver também um conjunto de três percursos assistidos por meios
mecânicos (#2), relativos às acessibilidades entre a parte baixa da cidade e o topo da Colina do Castelo de
São Jorge, que têm por base o Plano de Acessibilidade Suave e Assistida à Colina do Castelo, promovido no
âmbito da candidatura QREN - MOBILIDADE TERRITORIAL. Este plano, actualmente em fase de construção, compreende
o percurso da Graça, que pretende ligar o Miradouro Sophia de Mello Breyner Andersen à Alta Mouraria através
de um funicular; o Percurso da Mouraria, cuja ligação contínua, composta por 3 troços de escadas rolantes,
ligará o Martim Moniz ao Castelo de São Jorge; e o Percurso da Sé, que preconiza a ligação entre o Campo das
Cebolas e o Largo da Sé, através da introdução de um elevador.
Recentemente integrou o Gabinete da Cidade juntamente com os arquitectos Paulo David e Gonçalo Byrne, um novo
projecto promovido pela Câmara Municipal do Funchal cujo objectivo consiste na reabilitação/regeneração da
cidade.
#1 – Co-autoria de Teresa Góis Ferreira, Luís Felipe Rosário e João Matos
#2 – Co-autoria de Pedro Domingos, Pedro Matos Gameiro e João Simões
Nuno Faria (Lisboa, 1971)
Curador. Actualmente é director artístico do CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
Entre 1997-2003 e 2003-2009 trabalhou no Instituto de Arte Contemporânea e na Fundação Calouste Gulbenkian,
respectivamente. Viveu e trabalhou no Algarve entre 2007 e 2012 onde, entre outros projectos, fundou (em
Loulé, em 2009) o projecto Mobilehome - Escola de Arte Nómada, Experimental e Independente.
É professor na ESAD - Escola de Artes e Design das Caldas da Rainha.
Ricardo Carvalho é arquitecto pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de
Lisboa (1995) e Doutor em Arquitectura pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (2012). O seu
trabalho foi amplamente publicado e mostrado em várias exposições internacionais entre as quais a Bienal de
Arquitectura de Veneza, Espaço LIGA na Cidade do México, a Galeria Ozone em Tóquio e o Royal Institute of
British Architects em Londres. Foi nomeado para o Prémio Mies van der Rohe em 2015.
É Professor Associado no Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa e seu actual
director. Foi professor do mestrado A.S.G. na Universidade do Brandemburgo BTU Cottbus, Alemanha e Professor
Visitante na Universidade de Navarra, Espanha, na Universidade Carleton, Canadá e na summer school no
Instituto Universitário de Veneza (IUAV). Em 2016 publicou o livro "A Cidade Social" (Tinta-da-China, Lisboa)
e em 2017 o livro "Is Time a Raw Material? Syria the making of the Future" (Incipit, Veneza).
Sofia Pinto Basto Nasceu em Lisboa em 1970. Estudou arquitectura na Faculdade de Arquitectura de Lisboa e Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. É Arquitecta