O QUE HÁ NESTE LUGAR?
Museu da Paisagem
21-22-23 Junho 2021

O QUE HÁ NESTE LUGAR?
OFICINAS MUSEU DA PAISAGEM

A paisagem é uma construção de todos, resulta de tudo o que fazemos e da maneira como todos nos relacionamos. E não estamos a falar só dos seres humanos, mas de todos os elementos da natureza. Sim, não nos podemos esquecer que também somos natureza, tal como todos os outros animais, as plantas, rochas, água, luz e ar.
Acontece que todos nós estamos ligados. Imaginemos que todas as coisas tinham um fio a ligá-las e é esse fio que as mantém em equilíbrio. Tudo o que fazemos interfere nesse equilíbrio. Se cortarmos um fio, se dermos um nó ou, simplesmente, se esticarmos o fio, tudo se altera. Por isso, é tão importante conhecermos melhor a paisagem para sabermos cuidar dela. Um bom explorador de paisagens consegue ver estas ligações. Ainda não as estás a ver? Fica alerta: observa, escuta, sente, vais ver que no final desta atividade as vais descobrir. O que há neste lugar? O truque é encontrar uma ponta do fio, depois é só seguir. Vem. A paisagem precisa de ti.

As oficinas do Museu da Paisagem desafiam-nos a ler o espaço à nossa volta, a detetar pormenores, a sentir o invisível. Através de diferentes atividades vamos explorar o que cada lugar tem de especial, mas também o que pode ser melhorado. porque tão importante como observar a paisagem é saber tratar dela. Afinal, é a nossa primeira casa.

CONSULTAR ESCOLAS PARTICIPANTES

EQUIPA MUSEU DA PAISAGEM:

João Abreu (1974). Licenciado em Design de Comunicação, Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação e Doutorado em Ciências da Comunicação, é professor coordenador e investigador na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPL), onde leciona as unidades curriculares de Design de Comunicação, Design de Identidade e Mediação das Expressões Artísticas e Culturais. Desde 1998, que trabalha os temas da comunicação nos museus, património e paisagem. Participa regularmente, como investigador, autor, curador e editor, em conferências, exposições e publicações dedicadas ao registo e comunicação de paisagem. É fundador e membro da equipa do Museu da Paisagem.

Maria João Centeno (1971) é doutorada e mestre em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2011 e 1999, respetivamente) e licenciada em Comunicação Social pela Universidade da Beira Interior (1994). Professora coordenadora e investigadora da Escola Superior de Comunicação Social do Politécnico de Lisboa desde 1995, onde leciona as unidades curriculares de Teorias da Comunicação e Comunicação e Linguagem. Coordenadora da secção de Ciências da Comunicação e Presidente do Conselho Pedagógico. Investigadora doutorada integrada no Instituto de Comunicação da NOVA (ICNova) da FCSH-UNL. Fundadora e membro da equipa do Museu da Paisagem.

Maria Manuel Pedrosa (1968) Estudou Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (1992). Trabalha na área da consultoria e comunicação para a sustentabilidade, desenvolvendo conteúdos para projetos em áreas tão transversais como ambiente, saúde, valorização da ciência e cidadania ativa. Nesse âmbito, fez um mestrado sobre comunicação e responsabilidade social das empresas na Steinbeis-Hochschule de Berlim (2014). Escreveu os livros O que há neste Lugar?, ilustrado por Joana Estrela (Museu da Paisagem, 2019); Ler a Paisagem: Território Tejo, em co-autoria com João Gomes de Abreu e Matilde Delgado dos Reis (Museu da Paisagem, 2019); Cá Dentro, um guia para descobrir o mundo do cérebro em co-autoria com Isabel Minhós Martins, ilustrado por Madalena Matoso (Planeta Tangerina, 2017). É fundadora e membro da equipa do Museu da Paisagem.

Francisco Almeida (2002) Frequenta o curso de licenciatura de Audiovisual e Multimédia na Escola Superior de Comunicação Social do Politécnico de Lisboa (ESCS-IPL). É bolseiro do projeto de investigação “SCAPE.COM - Comunicar a Paisagem - Leitura e Exploração de Paisagens”, financiado no âmbito do IDI&CA 2020 do Politécnico de Lisboa. Desde 2020 que integra a equipa do Museu da Paisagem, colaborando em vários projetos dedicados à promoção da cidadania paisagística. Através da partilha de conhecimento e da criação de atividades e parcerias pretende-se dialogar sobre a paisagem, sobretudo a portuguesa, e sensibilizar para o nosso papel como co-construtores de paisagens sustentáveis.

O conjunto de oficinas “O que há neste lugar?” integraram o projeto “Scape.com: Comunicar a Paisagem - Leitura e Exploração de Paisagens”, promovido pelo Museu da Paisagem, com a participação de Maria Manuel Pedrosa e Joana Estrela. Este projeto pretende contribuir para uma cidadania paisagística do território português através de um conjunto de oficinas que propõem uma reflexão crítica sobre as estratégias de consciencialização e promoção de atitudes cidadãs ambientalmente despertas e ativas e, nesse quadro, sobre o papel da mediação interventiva das organizações socio-culturais face aos públicos.

Com início em maio de 2015, o Museu da Paisagem resulta de um projeto de investigação de uma equipa multidisciplinar de investigadores, professores e estudantes da Escola Superior de Comunicação Social do Politécnico de Lisboa.

O Museu da Paisagem é um museu com sede digital dedicado à paisagem. Surge no contexto de uma sensibilização e educação para uma cidadania paisagística que, tal como a própria paisagem, terão de resultar de um processo contínuo e coletivo. Este processo quer-se plural e não assegurado por uma só voz, uma vez que é uma responsabilidade de todos os protagonistas da esfera pública. É neste contexto que surge esta proposta de mediação museológica como eixo de valorização, proteção e construção de paisagens sustentáveis. Esta proposta de musealização da paisagem encerra em si um desafio enorme. Desde logo pela impossibilidade de se colocar a paisagem num edifício, para ser exposta e visitada, como num museu tradicional. Por outro lado, por a paisagem resultar de um sistema vivo, de uma interação permanente entre fatores humanos e naturais, não sendo por isso estática, está em permanente transformação. Simultaneamente, há ainda as questões da perceção, porque a paisagem também depende do modo como a apreendemos, havendo por isso tantas paisagens como o número de pessoas que as leem. Ou seja, a musealização da paisagem implica uma presença ubíqua e uma capacidade de mediar um valor vivo, dinâmico, por vezes abstrato e intangível. Como responder a este desafio?
O protótipo do Museu da Paisagem parte então de um conceito de museu-território, que o visitante terá de percorrer e ler, auxiliado por várias soluções de mediação presentes ao longo da visita. Assim, para este modelo de musealização da paisagem, houve que definir um território, criar diferentes itinerários de visita (com pontos e linhas de exploração da paisagem), decidir sobre as leituras a propor em cada um dos pontos e desenvolver uma série de conteúdos auxiliares a essas leituras (o visitante poderá ter acesso a estes conteúdos de diferentes maneiras, desde uma visita guiada, a um tradicional guia de visita impresso ou com o auxílio de um dispositivo móvel, através do qual poderá ter acesso a vídeos, textos, imagens, sons ou outros conteúdos multimédia).